segunda-feira, 6 de junho de 2011

Escravos ou Senhores de Cristo? Parte III – Marcos 10:35-45

Serie de Sermões em Marcos

Titulo: Escravos ou Senhores de Cristo? Parte III – Marcos 10:35-45

Pregado na manhã de Domingo, do dia 5 de Junho de 2011,

na igreja Reformada em Campinas Soli Deo Gloria,

por Gustavo Barros

Marcos 10:35-45 35 Nisso Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se dele e disseram: "Mestre, queremos que nos faças o que vamos te pedir". 36 "O que vocês querem que eu lhes faça? ", perguntou ele. 37Eles responderam: "Permite que, na tua glória, nos assentemos um à tua direita e o outro à tua esquerda".38Disse-lhes Jesus: "Vocês não sabem o que estão pedindo. Podem vocês beber o cálice que eu estou bebendo ou ser batizados com o batismo com que estou sendo batizado?"39"Podemos", responderam eles. Jesus lhes disse: "Vocês beberão o cálice que estou bebendo e serão batizados com o batismo com que estou sendo batizado;40mas o assentar-se à minha direita ou à minha esquerda não cabe a mim conceder. Esses lugares pertencem àqueles para quem foram preparados".41Quando os outros dez ouviram essas coisas, ficaram indignados com Tiago e João.42Jesus os chamou e disse: "Vocês sabem que aqueles que são considerados governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas.43Não será assim entre vocês. Pelo contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo;44e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo de todos.45Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos".

Introdução e Contextualização:

Esta passagem em Marcos 10:35-45 é um eco de outros ensinos de Jesus. Jesus repetiu constantemente este ensino.

Algumas semanas antes, Jesus havia ensinado esses homens sobre o verdadeiro status no Reino de Deus – algo muito semelhante a essas palavras (Mc. 9:33). Agora Ele repete o discurso (10:43-44), e daqui a alguns dias Ele irá repetir novamente o verdadeiro status no Reino de Jesus [Lc.22:24-27 – durante a última Ceia].

Se Jesus repetiu esse ensino várias vezes, é devido à importância dele na vida dos seguidores de Cristo.

As igrejas deveriam focar mais nesse assunto, principalmente porque vivemos em uma sociedade egoísta, antropocêntrica e narcisista. As pessoas se adoram e vivem para satisfazer as próprias vontades.

Narciso foi um deus da mitologia greco-romana que ficou conhecido pela sua auto-admiração. Quando ele nasceu, um adivinho disse que Narciso teria vida longa desde que ele jamais contemplasse a sua própria figura. Ele era um jovem belo e muito atraente, mas ele viveu só, pois nunca achou alguma ninfa merecedora da sua beleza. Uma ninfa, Eco, quis ficar com Narciso, mas ele a desprezou e ridicularizou, e o deus Nêmesis condenou Narciso por causa da sua arrogância. A morte de Narciso veio quando ele foi beber água em um lugar de água cristalina e ali ele viu a sua própria imagem na água. Ficou admirado com a beleza daquela imagem e ali ficou dias olhando para aquela imagem na água, até morrer.

É dessa mitologia que se desenvolveu o termo narcisista – a pessoa que se auto-admira e se considera a mais importante.

Narciso era obcecado por si mesmo e assim também é a nossa sociedade! Ela é alimentada com a comida da auto-estima. As pessoas fazem de tudo para se sentirem melhores, maiores, mais importantes e mais bem sucedidas.

Como vimos na primeira ministração desta série, esse modo egocêntrico de pensar tem invadido as igrejas: as músicas, os livros e as pregações são todas voltadas para o bem-estar do homem, tudo relacionado com a auto-ajuda! As igrejas têm gerado vários ‘Diótrefes’ hoje (III Jo 9-11). Vários ‘narcisos’ nas igrejas!

Por isso, eu volto a repetir que esses ensinos sobre a nossa identidade verdadeira (escravos) e o nosso status verdadeiro no Reino de Deus (servindo) são de extrema importância para a saúde da Igreja de Cristo. A Bíblia é quem deve ditar nosso estilo de vida e não a cultura e sociedade que nos rodeiam. É a Palavra de Deus que deve colocar o padrão de grandeza e importância verdadeira.

Como você mede a importância de uma pessoa?

Qual o padrão que você usa para estabelecer se uma pessoa tem um grande status?

Qual o padrão que você usa para dizer se uma pessoa é realmente abençoada por Deus?

Número de empregados que a pessoa tem? O número de pessoas que a servem?

Os bens materiais? O número de diplomas e cursos?

Na igreja: o número de membros? O número de ‘liderados’? A fama na mídia?

No Reino de nosso Senhor Jesus Cristo, o maior e o mais importante é: “quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo;44e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo de todos.” (Mc 10:44) ou “Jesus chamou os Doze e disse: "Se alguém quiser ser o primeiro, será o último, e servo de todos".” (9:35)

No Reino de Deus, grandeza e importância são medidas através de quantas pessoas você serve!

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