segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Dízimos e Ofertas. O que Devemos Manter da Lei na Nova Aliança? - Parte 09/12

3) I Coríntios 16:1-4 – A Coleta para o Povo de Deus --- Essa é a única passagem que provê uma referencia a coleta semanal no domingo (mesmo assim, a sentença no grego não deixa claro se era para ser feito em público ou em privado).

  • O contexto dessa coleta é um problema sério de escassez de comida e dificuldade financeira nas igrejas de Jerusalém. Essas coletas não iam para os ministros de Corinto, mas para os irmãos em outro lugar (vs.3-4).
  • V.2 é chave para entendermos que não há uma obrigação de dar o dízimo. Paulo fala, “separe uma quantia de acordo com a sua renda”. Nada ali diz que devemos dar 10% de nossa renda para a igreja.
  • A coleta é planejada sistematicamente para evitar que chegue na hora da coleta e alguns irmãos passem vergonha de não terem o que dar. Pois a maioria deles não eram ricos.
  • Vs.3-4, mostram o cuidado de Paulo com o entregar e a responsabilidade do líder em distribuir as ofertas.
  • Nós também temos a responsabilidade de separar um quantia de dinheiro para os irmãos que estão passando necessidade.

4) II Coríntios 8-9 – Coleta e Contribuição --- Assim como em todos os outros casos, contexto é fundamental para o entendimento desta passagem. Paulo está coletando ofertas para os irmãos da Judéia que estavam passando por dificuldades nos anos 40 d.C.

  • Leia esses capítulos com cuidado e verá que eles são chamados capítulos da GRAÇA. Veja como começa (8:1) e como termina (9:14-15)!
  • Paulo começa a encorajar as igrejas de Corinto com o exemplo dos macedônios, que apesar da grande crise (perseguição) que estavam sofrendo eles eram muito generosos! Paulo usa uma tática da Grécia antiga de apelar para o espírito de competição para que ocorra uma competição saudável e caridosa (visto que macedônios e corintos tinham um certa rivalidade histórica)!
  • A “Coleta” tem vários nomes: assistência (8:4; 9:1); serviço ministerial (9:13); ato de graça (8:6); doação (8:19); contribuição (8:7); generosa oferta (8:20;9:5) – mas nunca é chamado de dízimo, interessante, não!?
  • Versículo 9 usa o exemplo de Jesus. É um resumo teológico de tudo o que o Senhor deixou para trás, largando sua morada celestial para vir aqui e morrer por nós. Se Deus pode sacrificar tudo isso por nós, como podemos não ser generosos para com os que estão em dificuldades?
  • II Co. 8:13-15 é de extrema importância. Vemos que o propósito disto tudo é para que ocorra IGUALDADE! Essa palavra tem o sentido de algo justo. Paulo não está falando de um comunismo igualitário, mas que haja uma igualdade básica. Riqueza e pobreza extrema não devem fazer parte da comunidade de Deus! A razão do cristão dar para suprir as necessidades é baseada totalmente na graça e no amor de Deus e não na lei de dízimo. “Para um implementação de sucesso e com igualdade do modelo dado em 8:13-15, o que é necessário não é uma porcentagem fixa mas proporções relativas. É verdade que este texto não implica numa uniformidade rígida, mas mostra que é preciso encurtar a ponte do rico para o pobre no corpo de Cristo para que ninguém tenha necessidade...A insistência de Paulo no direito de todos terem uma divisão justa nunca teve tanta importância como nos dias de hoje, quando em tudo – economicamente, socialmente, culturalmente, educacionalmente – o rico fica mais rico e pobre mais pobre” (Blomberg, Craig (1999), Neither Poverty Nor Riches – A Biblical Theology of Possessions, IVP, pg.195).
  • II Co. 9:6-11 – A pessoa colhe na proporção que planta. Mas devemos lembrar que o foco principal de Paulo não é na área material, mas na espiritual! Veja v.8-9, a palavra toda/tudo aparece 5 vezes, mostrando que a graça de Deus não pode ser limitada apenas ao material (principalmente com o v. 14 que fala das orações como um meio de retribuição)
  • 9:7, “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por obrigação; porque Deus ama ao que dá com alegria.” – Não sei se há versículo mais claro do que esse no que diz respeito a como o cristão deve dar. “Vários motivos errados inspiram a gente a dar generosamente, mas apenas quando há uma apreciação genuína pela graça de Deus para com nós é que o Espírito gerará um dar com alegria!” (Barnett, Paul W. The Message of II Corinthians: Power in Weakness; IVP).
  • Podemos ver que o princípio de dar é para que o Senhor Jesus seja exaltado através da nossa gratidão demonstrada no ato de dar para os que precisam, não devido a obrigação (como no dízimo)!