segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Cidadania Celestial e o Governo Terreno – Marcos 12:13-17

Serie de Sermões em Marcos

Titulo: Cidadania Celestial e o Governo Terreno – Marcos 12:13-17

Pregado na manhã de Domingo, do dia 25 de Setembro de 2011,

na Igreja Reformada em Campinas Soli Deo Gloria,

por Gustavo Barros

Marcos 12:13-17 13 Mais tarde enviaram a Jesus alguns dos fariseus e herodianos para o apanharem em alguma coisa que ele dissesse. 14 Estes se aproximaram dele e disseram: "Mestre, sabemos que és íntegro e que não te deixas influenciar por ninguém, porque não te prendes à aparência dos homens, mas ensinas o caminho de Deus conforme a verdade. É certo pagar imposto a César ou não? 15 Devemos pagar ou não? " Mas Jesus, percebendo a hipocrisia deles, perguntou: "Por que vocês estão me pondo à prova? Tragam-me um denário para que eu o veja". 16 Eles lhe trouxeram a moeda, e ele lhes perguntou: "De quem é esta imagem e esta inscrição? " "De César", responderam eles.17Então Jesus lhes disse: "Dêem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus". E ficaram admirados com ele.

Introdução e Contextualização:

A Bíblia é clara em mostrar que todos aqueles que nascem do Espírito se tornam filhos de Deus, e sendo assim, se tornam cidadãos do Reino de Deus. A partir do momento que a pessoa é retirada do reino das trevas e passada para o reino da luz, ela adquire uma nova cidadania:

Ef 2:19 Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus; Fp 3:20 A nossa cidadania, porém, está nos céus, de onde esperamos ansiosamente um Salvador, o Senhor Jesus Cristo.

Uma vez que somos salvos, nós nos tornamos estrangeiros nessa terra:

Hb 11:13 Todos estes ainda viveram pela fé, e morreram sem receber o que tinha sido prometido; viram-nas de longe e de longe as saudaram, reconhecendo que eram estrangeiros e peregrinos na terra.
Hebreus 11:13; I Pe 2:11 Amados, insisto em que, como estrangeiros e peregrinos no mundo, vocês se abstenham dos desejos carnais que guerreiam contra a alma.

À luz dessa realidade, como deve o cristão viver nesse mundo? Como deve o cristão se comportar na terra em que ele vive? É o cristianismo uma religião tão orientada celestialmente que não cede lugar para as coisas deste mundo? O cristianismo é realmente uma religião tão obcecada pelas coisas espirituais que não tem visão para as coisas materiais como o governo?

A história nos mostra que a igreja já respondeu (e ainda responde) de duas maneiras radicais e opostas:

1 – total alienação da sociedade - - - a pessoa se ‘esconde’ em comunidades e monastérios (ex. Amish) – a pessoa se aliena de toda obrigação civil.

2 – tenta fazer do estado uma grande igreja - - - acreditam que a ‘espada’, que é o poder de julgar, deve ficar nas mãos da igreja (ex. Igreja Medieval, Cruzadas)

Agostinho escreveu o livro ‘A cidade de Deus’ (De Civitate Dei), obra que levou 10 anos para ser concluída e era uma refutação ao argumento que a queda de Roma se deu por causa do abandono aos deuses romanos. Nesse livro Agostinho mostra de forma clara e sóbria que os cristãos apesar de serem cidadãos celestiais, têm o dever de serem excelentes cidadãos na cidade dos homens. E isso é uma grande verdade bíblica. Apesar de não sermos desse mundo, nós ainda estamos nele! Por um lado nós somos estrangeiros e peregrinos, por outro somos chamados a sermos exemplos de cidadãos nesse mundo do qual não pertencemos. E isso não é fácil de viver!

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