terça-feira, 13 de março de 2012

Marcos 14:1-11 - Unção e Traição: A Soberania de Deus na Trama da Crucificação de Jesus Pt. 2


Série de Sermões em Marcos
Passagem: Marcos 14:1-11
Título: Unção e Traição: A Soberania de Deus na Trama da Crucificação de Jesus
Parte 2
Pregado na manhã de Domingo, do dia 11 de Março de 2012,
na Igreja Reformada em Campinas Soli Deo Gloria,
por Gustavo Barros

Versão em vídeo

Marcos 14:1-11  1 Faltavam apenas dois dias para a Páscoa e para a festa dos pães sem fermento. Os chefes dos sacerdotes e os mestres da lei estavam procurando um meio de flagrar Jesus em algum erro e matá-lo. 2 Mas diziam: "Não durante a festa, para que não haja tumulto entre o povo". 3 Estando Jesus em Betânia, reclinado à mesa na casa de um homem conhecido como Simão, o leproso, aproximou-se dele certa mulher com um frasco de alabastro contendo um perfume muito caro, feito de nardo puro. Ela quebrou o frasco e derramou o perfume sobre a cabeça de Jesus. 4 Alguns dos presentes começaram a dizer uns aos outros, indignados: "Por que este desperdício de perfume? 5 Ele poderia ser vendido por trezentos denários, e o dinheiro dado aos pobres". E a repreendiam severamente. 6 "Deixem-na em paz", disse Jesus. "Por que a estão perturbando? Ela praticou uma boa ação para comigo. 7 Pois os pobres vocês sempre terão consigo, e poderão ajudá-los sempre que o desejarem. Mas a mim vocês nem sempre terão. 8 Ela fez o que pôde. Derramou o perfume em meu corpo antecipadamente, preparando-o para o sepultamento. 9 Eu lhes asseguro que onde quer que o evangelho for anunciado, em todo o mundo, também o que ela fez será contado em sua memória". 10 Então Judas Iscariotes, um dos Doze, dirigiu-se aos chefes dos sacerdotes a fim de lhes entregar Jesus. 11 A proposta muito os alegrou, e lhe prometeram dinheiro. Assim, ele procurava uma oportunidade para entregá-lo.

Introdução:
Muitos tentam ignorar o Jesus das Escrituras, pois quando estudamos de forma sincera a vida de Jesus, nós vemos que Ele não foi só um grande revolucionário, nem só um grande mestre de éticas e filosofia, nem mesmo somente um grande exemplo de homem, como muitas religiões gostam de definir Jesus Cristo. Muitas das palavras proferidas por Jesus eram extremamente duras e inaceitáveis aos homens [Jo 6:65,66- Ao ouvirem isso, muitos dos seus discípulos disseram: "Dura é essa palavra. Quem consegue ouvi-la?" 66Daquela hora em diante, muitos dos seus discípulos voltaram atrás e deixaram de segui-lo].
Isso se dava porque Jesus falava a verdade. As palavras de Jesus eram e são como a luz, elas brilham na escuridão. Mas a maioria rejeita a luz, por que a luz incomoda, ela mostra nossos pecados e as trevas dos nossos corações.
Só há dois tipos de reação quando a Luz do Evangelho (Jesus) brilha em nossas trevas: 1 - ódio total para com Ele [Jo 3:19-20 Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram as trevas, e não a luz, porque as suas obras eram más. 20Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, temendo que as suas obras sejam manifestas]; ou 2 - total dependência da graça dEle [Jo 3:21 Mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que se veja claramente que as suas obras são realizadas por intermédio de Deus].

Não existe ‘meio-termo’ com Jesus, não existe campo neutro e nem ‘eu gosto de Jesus’. As pessoas que ficam no ‘meio’ [não O adoram como Deus e Messias e não o rejeitam com ódio] é porque ainda não tiveram uma profunda exposição dos ensinos e da vida de Jesus.
Ninguém permanece neutro com Jesus.
Foi Jesus mesmo quem disse, “Aquele que não está comigo, está contra mim; e aquele que comigo não ajunta, espalha” (Mt 12:30).

Jesus é o nome que mais traz divisão na história da humanidade. Ele mesmo prometeu isso. [Mt 10:34-39  34"Não pensem que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada. 35Pois vim para fazer que ‘o homem fique contra seu pai, a filha contra sua mãe, a nora contra sua sogra; 36os inimigos do homem serão os da sua própria família’. 37"Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim; 38e quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim. 39Quem acha a sua vida a perderá, e quem perde a sua vida por minha causa a encontrará]
E isso se dá não porque Ele não era e é amoroso – Jesus não traz divisão por ser rancoroso e sem compaixão, pelo contrário, mas por causa do Seu grande amor pelos homens Ele sempre falava a verdade, mas quando a verdade de Cristo nos confronta - só há duas reações: arrependimento e carência pelo Seu toque ou ódio e rejeição.

Steve Lawson disse que Jesus é o maior polarizador de todo o mundo. Polarizador é alguém que traz posições extremas. Polarizar é definido no dicionário como ‘estabelecer dois polos opostos’. E é assim com Jesus – as pessoas são atraídas a Ele em reverência e adoração ou elas são expelidas com ódio e rejeição para com Ele.

Quanto mais somos expostos a Jesus e Seus ensinos - mais somos atraídos a uma dependência total da graça e amor Dele ou mais sentimos ressentimento e desprezo para com Ele.

Como está o seu coração? A cada domingo, a cada vez que o Evangelho lhe é pregado – o seu coração tem sido atraído a Jesus em reverência e dependência ou em descaso e desprezo pelas coisas do Senhor?

Essa história em Marcos 14 nos mostra exatamente esses dois polos tão extremos que Jesus traz: enquanto alguns querem matá-Lo e querem Ele e Suas palavras bem longe deles – outros querem Jesus o mais pertinho possível e sacrificam tudo para adorá-Lo de forma extravagante.

CONTEXTO:
Os capítulos 11 e 12 nos mostram o ódio dos líderes religiosos de Israel para com Jesus. O capítulo 13 é o grande discurso precursor para os eventos que começam a se desvendar aqui. Para o que o capítulo 13 antecipou e prometeu, os capítulos 14-16 trazem desdobramento e cumprimento.
Todo o confronto entre Jesus e os líderes religiosos - que começou logo no início do Seu ministério (3:6) e se intensificou de forma incontrolada no templo - chega ao seu ápice nessas cenas finais de Marcos.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE SOBRE O CAPÍTULO 14:
* Marcos 14:1-11 é estruturado de uma forma temática e não cronológica - com o propósito de mostrar como Jesus sempre causa uma entre duas reações: amor ou ódio!
O evento narrado nos vs. 3-9 ocorreu no sábado, quando Jesus chegou à Betânia para celebrar a Páscoa (João 12). Mas Marcos o coloca mais tarde, pois ele quer mostrar o contraste entre a hostilidade e ódio dos líderes religiosos e de Judas e o carinho, amor e fidelidade de Simão e Maria. Portanto, Marcos 14:3-9 é o mesmo evento de João 12:1-8.

Divisão do Estudo:

i – a conspiração (vS.1-2)
II – a adoração (v.3)
iii – a oposição (vs.4-5)
iv – a repreensão (vs.6-7)
v - a exaltação (vs.8-9)
vi – a negociação (vs.10-11)

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