terça-feira, 24 de abril de 2012

Marcos 14:41-46 - O Beijo Enganoso

Série de Sermões em Marcos
Passagem: Marcos 14:41-46
Título: O Beijo Enganoso
Pregado na manhã de Domingo, do dia 22 de abril de 2012,
na Igreja Reformada em Campinas Soli Deo Gloria,
por Gustavo Barros

Versão em vídeo

Marcos 14:41-46  41 Voltando pela terceira vez, ele lhes disse: "Vocês ainda dormem e descansam? Basta! Chegou a hora! Eis que o Filho do homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores. 42 Levantem-se e vamos! Aí vem aquele que me trai!" 43 Enquanto ele ainda falava, apareceu Judas, um dos Doze. Com ele estava uma multidão armada de espadas e varas, enviada pelos chefes dos sacerdotes, mestres da lei e líderes religiosos. 44 O traidor havia combinado um sinal com eles: "Aquele a quem eu saudar com um beijo, é ele: prendam-no e levem-no em segurança". 45 Dirigindo-se imediatamente a Jesus, Judas disse: "Mestre!", e o beijou. 46 Os homens agarraram Jesus e o prenderam.

Introdução:
Há alguns anos atrás, as grandes emissoras de TV, tais como National Geographic, SBT e Globo, divulgaram a descoberta do Evangelho de Judas como algo que traria uma revolução no cristianismo. Esse ‘novo evangelho’ passou a ser conhecido como ‘o evangelho proibido’, pois nele era revelado que Judas Iscariotes não foi um traidor e um terrível pecador, mas que, na verdade, ele foi o maior e mais exemplar discípulo de Jesus.
Veja algumas citações que eu encontrei em um site gnóstico após uma rápida pesquisa na internet sobre essa nova interpretação de Judas [http://www.gnosisonline.org/teologia-gnostica/judas-iscariotes-e-seu-evangelho/]: Pergunta: Então, Venerável Mestre, ao cumprir com esse papel, Judas não recebeu karma? Samael Aun Weor responde: Ao contrário, ganhou dharma aos milhões, por toneladas. Judas Iscariotes é um grande Mestre. Ele não queria aquele papel. Ele nada mais fez do que repetir o que havia aprendido de memória. Como tinha de o fazer, tinha de ser exato, preciso, no momento oportuno. Tudo tinha de ser perfeito, de acordo com o drama. Porém, ele não traiu Jesus jamais. Ele foi seu melhor discípulo... Pergunta: Que nos pode o senhor dizer de Judas Iscariotes, de sua missão como um Ser Sagrado? Rabolu: Através das seitas religiosas ou crenças, sempre se teve Judas como um elemento perverso, daninho, mau... Mas em realidade, de todos os Apóstolos do Mestre Jesus, o mais adiantado, ou não digamos adiantado, senão o de categoria superior, foi Judas, a quem tocou representar o papel mais terrível... ‘Sobre Jesus e Judas, existem muitas obras literárias, mas uma das poucas que nos tocam no fundo de nossa alma é o Livro O Voo da Serpente Emplumada, de Armando Cosani. Nessa obra é revelada a verdadeira história de um dos personagens mais importantes e mais injustiçado de toda a história do cristianismo. Um homem que amou tanto a seu mestre que teve que passar pela maior de todas as provações. Um homem que negou toda a felicidade nirvanica para se sacrificar em prol da humanidade, fazendo aquilo que deveria ser feito. Com um beijo cumpriu sua missão e entrou para a história como sinônimo de traição.’”
Assim como a nossa sociedade passou a ver Judas Iscariotes como um homem bom e exemplar, ela também vê a traição como algo normal. O homem mais sinistro de toda a Bíblia, o pior exemplo de pessoa, aquele que passou três anos diretos com Jesus, comendo, dormindo, ministrando com Jesus e ouvindo-o, e, ainda assim, O odiou e O traiu, vendendo o Cristo pelo preço de um escravo, agora é exaltado como um herói, como um exemplo de discípulo. Portanto, em vista dessa situação, não é de se estranhar que a traição não seja só tratada como algo normal, mas seja exaltada e promovida em nossos dias. Os filmes mostram o adultério (que é um tipo de traição) como a coisa mais normal. E muitos cristãos estão tão sonolentos e tão sem guarda que eles assistem a filmes com traição e as acham normais. Na esfera dos negócios e comercio há o dito, ‘se você não passar a pessoa para trás, você não irá conseguir nada’. E assim esse terrível pecado – a traição – vem se tornando cada vez mais normal nessa sociedade que agora vê Judas como um bom homem.
Essa história em Marcos 14 nos fala sobre esses dois assuntos tão deturpados em nossos dias: o pecador Judas e o pecado da traição! Mas antes de iniciarmos nosso estudo, eu gostaria de enfatizar que, apesar de Judas e a traição serem partes importantes nessa trama da crucificação, o foco de Marcos está em Jesus. Marcos não voltará a falar de Judas, o evangelista não voltará a falar do beijo de traição, mas Jesus continuará a ser o centro de tudo. Que os holofotes estejam todos voltados para a soberania do Pai e do Filho nessa cena tão importante na história da redenção!

Contextualização:
Continuamos dentro do Jardim do Getsêmani com o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Como vimos no estudo passado, as horas de agonia e aflição levaram a Jesus a vigiar e orar, vencendo assim a grande tentação. Jesus venceu a tentação e está pronto para enfrentar Seus inimigos. Essa é a última noite de Jesus com Seus discípulos. E que noite é essa! Essa noite é uma noite histórica! Essa é uma noite de festa, uma noite de aflição, uma noite de fraqueza, uma noite de triunfo, uma noite de conspiração, uma noite de traição, uma noite de falsa valentia, uma noite de verdadeira valentia, uma noite de fuga e uma noite de compaixão!

Divisão do Estudo:
i – A CHEGADA DOS PECADORES (VS. 41-43)
II – a conspiração (V.44)
III – O BEIJO DA TRAIÇÃO (V.45)
IV – JESUS É ‘ENTREGUE’ (V.46)

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