sábado, 2 de junho de 2012

Marcos 14:55-61 - O Julgamento de Jesus: Parte II - O Silêncio do Cordeiro

Série de Sermões em Marcos
Passagem: Marcos 14:55-61
Título: O Julgamento de Jesus: Parte II - O Silêncio do Cordeiro
Pregado na manhã de Domingo, do dia 27 de maio de 2012,
na Igreja Reformada em Campinas Soli Deo Gloria,
por Gustavo Barros

Versão em vídeo

Marcos 14:53-61 53 Levaram Jesus ao sumo sacerdote; e então se reuniram todos os chefes dos sacerdotes, os líderes religiosos e os mestres da lei. 54 Pedro o seguiu de longe até o pátio do sumo sacerdote. Sentando-se ali com os guardas, esquentava-se junto ao fogo. 55 Os chefes dos sacerdotes e todo o Sinédrio estavam procurando depoimentos contra Jesus, para que pudessem condená-lo à morte, mas não encontravam nenhum. 56 Muitos testemunharam falsamente contra ele, mas as declarações deles não eram coerentes. 57 Então se levantaram alguns e declararam falsamente contra ele: 58 "Nós o ouvimos dizer: ‘Destruirei este templo feito por mãos humanas e em três dias construirei outro, não feito por mãos de homens’". 59 Mas, nem mesmo assim, o depoimento deles era coerente. 60 Depois o sumo sacerdote levantou-se diante deles e perguntou a Jesus: "Você não vai responder à acusação que estes lhe fazem?" 61 Mas Jesus permaneceu em silêncio e nada respondeu.

Introdução:
Alguns julgamentos marcaram a história da humanidade. Alguns inspiraram e ainda inspiram as pessoas a estudarem direito. Outros julgamentos, por outro lado, criaram ódio nas pessoas para com o sistema jurídico!

Alguns julgamentos que marcaram o mundo:
*Sócrates em 399 a.C.
*Martinho Lutero em 1521, quando ele proferiu a tão famosa frase, ‘Não posso fazer outra coisa, esta é a minha posição. Que Deus me ajude’.
*Thomas More [Tomás Morus] que trouxe a ira do rei da Inglaterra por causa do seu silêncio.
*Galileo Galilei e a Inquisição por causa do heliocentrismo.
*Nelso Mandela em 1963 que é conhecido como o ‘julgamento que mudou a África’.
*Saddam Hussein e o seu enforcamento em 2006.

Outros marcaram a nossa história: Tiradentes, Monteiro Lobato, o impeachmente de Fernando Collor, o julgamento do soldado ‘Rambo’, o massacre do Eldorado dos Carajás em 96 e tantos outros.

Mas nenhum julgamento foi tão fascinante e tão importante para a história da humanidade como o de Jesus.
Nenhum julgamento foi tão injusto como o de Jesus.
Ele foi traído, passou por seis julgamentos, falsas testemunhas, falta de provas, lhe foi negado os princípios básicos de corte e foi condenado injustamente!

Que essa cena do julgamento de Jesus te leve a um ódio ainda maior para com os seus pecados, uma revolta ainda maior para com as injustiças e um coração mais grato pelo que Jesus passou no seu lugar!
Jesus foi condenado injustamente para que nós pudéssemos ser justificados e libertos!

Contextualização:
Nós continuamos caminhando com o nosso Senhor e Salvador durante as horas que precedem a Sua crucificação.
Após ser traído e preso no Getsêmani, Jesus foi levado para o palácio do sumo sacerdote, onde Ele teve uma primeira audiência com Anás (Jo 18). Anás era o sogro de Caifás (sumo sacerdote oficial nos dias de Jesus), e era ele quem ainda controlava a máfia do templo e da religião judaica. O genro (Caifás) tinha um papel político de agradar os romanos.

O ‘primeiro julgamento’ (mesmo que, talvez, não sendo oficial) foi, portanto, perante Anás. Nessa audiência Jesus foi interrogado sobre os Seus discípulos e os Seus ensinos (Jo 18:19), mas a resposta de Jesus, ao invés de incriminá-Lo, revelou quão injusta era toda aquela situação (vs.20-21). Eles então ficaram irritados e agrediram Jesus (v.22). Visto que Anás não conseguiu nenhuma prova contra o nosso Senhor, ele enviou Jesus para o sumo sacerdote oficial, Caifás (Mc 14:53).

Eles levaram o Cordeiro de Deus até o sumo sacerdote. Jesus foi levado como um animal até o sacerdote. Mal sabiam eles que estavam agindo conforme as Escrituras: Lv 17:5 Os sacrifícios, que os israelitas agora fazem em campo aberto, passarão a trazer ao Senhor, entregando-os ao sacerdote, para oferecê-los ao Senhor.

A soberania de Deus sobre todo o processo. Caifás já havia falado que Jesus morreria pelos pecados do povo (Jo 11:49-53). Há uma certa irônia e zombaria da parte de Deus (Sl 2:4), pois esses homens que tanto querem a morte de Jesus estão agindo perfeitamente conforme o plano de Deus!

Lembremo-nos também da estrutura de Marcos! Ele transfere o holofote de dentro para fora do palácio com a intenção de contrastar Jesus e Pedro. Marcos quer nos ensinar como devemos nos comportar diante da pressão.

O nosso estudo agora começa com os holofotes dentro do palácio do sumo sacerdote com todas as luzes em Jesus. É Ele contra ‘todos’ (Mc 14:53). Pedro, o tão valente, está seguindo o seu Mestre de longe (v.54). Jesus está sozinho perante um bando de mentirosos cheios de raiva contra Ele.
Vejamos agora o que ocorre nesse segundo julgamento, agora perante Caifás.

Divisão do Estudo:
i – a procura por falsas testemunhas (vs.55-56)
II – a falsa acusação (v.57-59)
iii – o silêncio de jesus (vs.60-61)

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