Série de Sermões em Marcos
Passagem: Marcos 14:55-61
Título: O Julgamento de Jesus: Parte II - O Silêncio do Cordeiro
Pregado na manhã de Domingo, do dia 27 de maio de 2012,
na Igreja Reformada em Campinas Soli Deo Gloria,
por Gustavo Barros |
Versão em vídeo
Marcos 14:53-61
53 Levaram Jesus ao sumo sacerdote; e então se reuniram todos os
chefes dos sacerdotes, os líderes religiosos e os mestres da lei. 54
Pedro o seguiu de longe até o pátio do sumo sacerdote. Sentando-se
ali com os guardas, esquentava-se junto ao fogo. 55 Os chefes dos
sacerdotes e todo o Sinédrio estavam procurando depoimentos contra
Jesus, para que pudessem condená-lo à morte, mas não encontravam
nenhum. 56 Muitos testemunharam falsamente contra ele, mas as
declarações deles não eram coerentes. 57 Então se levantaram
alguns e declararam falsamente contra ele: 58 "Nós o ouvimos
dizer: ‘Destruirei este templo feito por mãos humanas e em três
dias construirei outro, não feito por mãos de homens’". 59
Mas, nem mesmo assim, o depoimento deles era coerente. 60 Depois o
sumo sacerdote levantou-se diante deles e perguntou a Jesus: "Você
não vai responder à acusação que estes lhe fazem?" 61 Mas
Jesus permaneceu em silêncio e nada respondeu.
Introdução:
Alguns julgamentos marcaram a
história da humanidade. Alguns inspiraram e ainda inspiram as
pessoas a estudarem direito. Outros julgamentos, por outro lado,
criaram ódio nas pessoas para com o sistema jurídico!
Alguns julgamentos que marcaram o
mundo:
*Sócrates em 399 a.C.
*Martinho Lutero em 1521, quando ele
proferiu a tão famosa frase, ‘Não posso fazer outra coisa,
esta é a minha posição. Que Deus me ajude’.
*Thomas More [Tomás Morus] que
trouxe a ira do rei da Inglaterra por causa do seu silêncio.
*Galileo Galilei e a Inquisição por
causa do heliocentrismo.
*Nelso Mandela em 1963 que é
conhecido como o ‘julgamento que mudou a África’.
*Saddam Hussein e o seu enforcamento
em 2006.
Outros marcaram a nossa história:
Tiradentes, Monteiro Lobato, o impeachmente de Fernando Collor, o
julgamento do soldado ‘Rambo’, o massacre do Eldorado dos Carajás
em 96 e tantos outros.
Mas nenhum julgamento foi tão
fascinante e tão importante para a história da humanidade como o de
Jesus.
Nenhum julgamento foi tão injusto
como o de Jesus.
Ele foi traído, passou por seis
julgamentos, falsas testemunhas, falta de provas, lhe foi negado os
princípios básicos de corte e foi condenado injustamente!
Que essa cena do julgamento de Jesus
te leve a um ódio ainda maior para com os seus pecados, uma revolta
ainda maior para com as injustiças e um coração mais grato pelo
que Jesus passou no seu lugar!
Jesus foi condenado injustamente para
que nós pudéssemos ser justificados e libertos!
Contextualização:
Nós continuamos caminhando com o
nosso Senhor e Salvador durante as horas que precedem a Sua
crucificação.
Após ser traído e preso no
Getsêmani, Jesus foi levado para o palácio do sumo sacerdote, onde
Ele teve uma primeira audiência com Anás (Jo 18). Anás era o sogro
de Caifás (sumo sacerdote oficial nos dias de Jesus), e era ele quem
ainda controlava a máfia do templo e da religião judaica. O genro
(Caifás) tinha um papel político de agradar os romanos.
O ‘primeiro julgamento’ (mesmo
que, talvez, não sendo oficial) foi, portanto, perante Anás. Nessa
audiência Jesus foi interrogado sobre os Seus discípulos e os Seus
ensinos (Jo 18:19), mas a resposta de Jesus, ao invés de
incriminá-Lo, revelou quão injusta era toda aquela situação
(vs.20-21). Eles então ficaram irritados e agrediram Jesus (v.22).
Visto que Anás não conseguiu nenhuma prova contra o nosso Senhor,
ele enviou Jesus para o sumo sacerdote oficial, Caifás (Mc 14:53).
Eles levaram o Cordeiro de Deus até
o sumo sacerdote. Jesus foi levado como um animal até o sacerdote.
Mal sabiam eles que estavam agindo conforme as Escrituras: Lv
17:5 Os sacrifícios, que os israelitas agora
fazem em campo aberto, passarão a trazer ao
Senhor, entregando-os ao sacerdote, para oferecê-los ao Senhor.
A soberania de Deus sobre todo o
processo. Caifás já havia falado que Jesus morreria pelos pecados
do povo (Jo 11:49-53). Há uma certa irônia e zombaria da parte de
Deus (Sl 2:4), pois esses homens que tanto querem a morte de Jesus
estão agindo perfeitamente conforme o plano de Deus!
Lembremo-nos também da estrutura de
Marcos! Ele transfere o holofote de dentro para fora do palácio com
a intenção de contrastar Jesus e Pedro. Marcos quer nos ensinar
como devemos nos comportar diante da pressão.
O nosso estudo agora começa com os
holofotes dentro do palácio do sumo sacerdote com todas as luzes em
Jesus. É Ele contra ‘todos’ (Mc 14:53). Pedro, o tão
valente, está seguindo o seu Mestre de longe (v.54). Jesus está
sozinho perante um bando de mentirosos cheios de raiva contra Ele.
Vejamos agora o que ocorre nesse
segundo julgamento, agora perante Caifás.
Divisão do Estudo:
i – a procura por falsas
testemunhas (vs.55-56)
II – a falsa acusação
(v.57-59)
iii – o silêncio de jesus
(vs.60-61)
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