terça-feira, 3 de julho de 2012

Marcos 15:6-15 - O Julgamento de Jesus: Parte V - O Justo [Jesus] pelo Injusto [Barrabás]

Série de Sermões em Marcos 
Passagem: Marcos 15:6-15
Título: O Julgamento de Jesus: Parte V - O Justo [Jesus] pelo Injusto [Barrabás]
Pregado na manhã de Domingo, do dia 01 de julho de 2012,
na Igreja Reformada em Campinas Soli Deo Gloria, 
por Gustavo Barros

Versão em vídeo

Marcos 15:6-15 6 Por ocasião da festa, era costume soltar um prisioneiro que o povo pedisse. 7 Um homem chamado Barrabás estava na prisão com os rebeldes que haviam cometido assassinato durante uma rebelião. 8 A multidão chegou e pediu a Pilatos que lhe fizesse o que costumava fazer. 9 "Vocês querem que eu lhes solte o rei dos judeus?", perguntou Pilatos, 10 sabendo que fora por inveja que os chefes dos sacerdotes lhe haviam entregado Jesus. 11 Mas os chefes dos sacerdotes incitaram a multidão a pedir que Pilatos, ao contrário, soltasse Barrabás. 12 "Então, que farei com aquele a quem vocês chamam rei dos judeus?", perguntou-lhes Pilatos. 13 "Crucifica-o", gritaram eles. 14 "Por quê? Que crime ele cometeu?", perguntou Pilatos. Mas eles gritavam ainda mais: "Crucifica-o!" 15 Desejando agradar a multidão, Pilatos soltou-lhes Barrabás, mandou açoitar Jesus e o entregou para ser crucificado.

Introdução:
Uma das doutrinas mais desagradáveis e mais rejeitadas pelos homens é a doutrina da Depravação Total, ou a Queda Radical. Isto é, o ensino de que o pecado afetou e afeta todo o ser humano. Não há nenhuma parte do homem que não tenha sido contaminada e afetada pelo pecado original. Chamamos isso de Queda Radical, pois a queda afetou de forma radical todo o homem, do cabelo à unha do dedinho do pé. Toda a natureza do homem foi afetada na queda.
As pessoas odeiam tal ensino, pois ele mostra quão incapaz e quão perverso é o ser humano. Muitos rejeitam essa doutrina, pois ela tira o homem do centro e coloca um Deus totalmente soberano.
O mais triste é que, até mesmo dentro das igrejas, essa doutrina da total incapacidade do homem de salvar tem sido rejeitada e odiada. Até mesmo dentro das igrejas muitos líderes promovem a ideia de que o homem ainda tem algo bom dentro de si que o permite ir até Jesus. E para o homem ir até Jesus basta que você toque no intimo do coração dele, por isso as mensagens apelam para as emoções e as igrejas se voltam para o homem – as músicas, os assentos, a pregação, o apelo... - como se as coisas exteriores realizadas pelos homens fossem capazes de atrair o pecador a Jesus!

Mas a Bíblia nos ensina que o homem, sem a obra regeneradora do Espírito Santo, é totalmente incapaz de aceitar a mensagem da cruz. Jesus ensinou várias vezes que o homem está totalmente preso ao seu pecado e não tem a habilidade e nem a capacidade de ir a Jesus sem que o Pai arraste a pessoa antes (João 3,6,8). Jesus ensinou que nenhum homem pode, pela própria vontade, nascer do Espírito.

Essa história diante de nós mostra de forma muito clara como todos os homens, de uma forma ou de outra, rejeitam e trocam o Evangelho de Cristo por tudo o que é mal. Essa história diante de nós é uma ilustração maravilhosa do Evangelho da Graça.

Aqui temos a hostilidade e a rejeição da humanidade para com Jesus representadas das mais diversas formas:

1 – BARRABÁS = Esse homem mostra o tipo de homem que todos olham e sabem quão perverso ele é. Barrabás é o tipo de homem que só de olhar ou escutar sobre ele, a perversidade do pecado é claramente demonstrada. Como um estuprador, um maníaco, um craqueiro, um homossexual ou uma prostituta – a perversidade e ódio para com o Evangelho da Cruz é visível.

2 - MULTIDÃO = Escondem o ódio por Deus atrás de outras opiniões. Essas pessoas passam a rejeitar a verdade e a santidade do Evangelho por meio de influências políticas e religiosas.

3 – LÍDERES RELIGIOSOS = Esses escondem o ódio e a rejeição por Jesus atrás da religiosidade. O mundo está cheio dessas pessoas, pessoas que se achegam e são fieis às mais diversas religiões, mas odeiam Jesus. Elas vão para outras religiões, pois têm uma rejeição total pelas verdades exclusivistas de Jesus. Mas aos olhos das pessoas elas aparentam ser piedosas e exemplares.

4 – PILATOS = Esse é o tipo de pessoa que vê em Jesus uma certa decência, acha que Jesus é um grande líder espiritual, confessa para as pessoas que têm um respeito por Jesus, mas está preocupado com os seus próprios interesses. Essa pessoa ‘gosta’ de modo superficial do Evangelho, mas revela seu ódio por Jesus não se prostrando e não se submetendo aos altos padrões impostos por Deus! O mundo e as igrejas estão cheias dessas pessoas, pessoas que professam que Jesus é um homem bom e justo, mas não estão dispostos a morrer com Ele!

Todos eles têm o mesmo fator comum: ódio, rejeição e insubmissão para com Jesus! Todos eles, de uma forma ou de outra, rejeitam o Evangelho da Cruz.

Mas essa história não mostra só a péssima notícia da total incapacidade do homem de clamar Jesus como Rei por vontade própria, ela mostra também que a salvação se dá por meio da misericórdia de Deus em condenar o justo Jesus para que os injustos se tornassem justos.

Contextualização:
Após todas as ilegalidade e injustiças feitas no julgamento de Jesus, a liderança de Israel tentou dar uma aparência de um julgamento justo, por isso eles se reuniram logo cedo na sexta, assim que houve claridade, para condenarem Jesus (15:1), pois de acordo com a lei judaica da época “Casos de pena de morte devem ser julgados durante o dia, o veredicto deve ser estabelecido durante o dia.” (Mishnah tratado do Sinédrio 4:1).

Após ser condenado pela liderança de Israel, Jesus foi amarrado, levado e entregue a Pilatos (15:1). Pilatos é um novo personagem de muita importância na trama toda da crucificação. O governante romano entra em cena, pois ele tinha o poder da espada. Os judeus não tinham autoridade legal para executar, por isso Jesus foi levado ao governante gentio.

Já que as acusações religiosas não funcionariam perante o governador romano, os judeus inventaram 3 acusações políticas para condenar Jesus. Lucas 23 nos diz que eles acusaram Jesus de: perverter a nação, proibir o pagamento de impostos e se autoproclamar o rei dos judeus. É na terceira acusação que Pilatos foca.

João 18:28-38 nos conta com mais detalhes a conversa entre Jesus e Pilatos e como o governante romano encerra esse primeiro julgamento com a seguinte declaração: “Não acho nele motivo algum de acusação.” (Jo 18:38).

Para Pilatos, Jesus é um homem digno de dó e de cuidados especiais e não de crucificação. Mas para os judeus, Jesus precisa ser crucificado! Pilatos, um homem sem convicções e princípios, teme os homens e se perde na autoridade que Deus lhe havia concedido. Nesse estudo veremos as consequências do seu temor.

A PINTURA DO EVANGELHO:
Antes de entrarmos na história, é importante lembrarmos que essa é uma das cenas mais tristes da humanidade, mas é também uma das cenas mais lindas do que é o Evangelho de Jesus. Essa história pinta a cena do que é a salvação do homem. Através dessa cena nós podemos ver o que é realmente a morte vicária de Jesus. Por isso essa história é narrada em todos os Evangelhos!
A cruz havia sido preparada para Barrabás, a condenação estava sobre Barrabás, mas o injusto, o condenado, o assassino, é liberado e o justo, inocente e santo é condenado!
O justo toma o lugar do injusto. Que terrível e maravilhosa é essa história!

Notemos quão admirável símbolo do plano de salvação, apresentado no evangelho, nos fornece a libertação de Barrabás. O culpado foi solto, o inocente foi executado. O grande assassino foi libertado e Aquele que não cometeu pecado permaneceu preso. Barrabás foi poupado, Cristo foi crucificado. Nesse fato notável, encontramos um vívido emblema da maneira como Deus perdoa e justifica o ímpio. Ele age assim porque Cristo sofreu no lugar dos ímpios – o justo pelos injustos.(J.C. Ryle, Meditações no Evangelho de Marcos, Fiel, pg 201)

Essa história visualiza de forma maravilhosa as palavras do apóstolo Pedro em I Pedro 3:18: “Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus.

Divisão do Estudo:
I – O QUINTO JULGAMENTO (LUCAS 23:7-8)
II – A OFERTA DO EVANGELHO (MARCOS 15:6-12)
III – A RESPOSTA DO HOMEM CARNAL (MARCOS 15:13-15)

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