Série de Sermões em Marcos
Passagem: Marcos 15:6-15
Título: O Julgamento de Jesus: Parte V - O Justo [Jesus] pelo Injusto [Barrabás]
Pregado na manhã de Domingo, do dia 01 de julho de 2012,
na Igreja Reformada em Campinas Soli Deo Gloria,
por Gustavo Barros |
Versão em vídeo
Marcos
15:6-15
6 Por ocasião da festa, era costume soltar um prisioneiro que o povo
pedisse. 7 Um homem chamado Barrabás estava na prisão com os
rebeldes que haviam cometido assassinato durante uma rebelião. 8 A
multidão chegou e pediu a Pilatos que lhe fizesse o que costumava
fazer. 9 "Vocês querem que eu lhes solte o rei dos judeus?",
perguntou Pilatos, 10 sabendo que fora por inveja que os chefes dos
sacerdotes lhe haviam entregado Jesus. 11 Mas os chefes dos
sacerdotes incitaram a multidão a pedir que Pilatos, ao contrário,
soltasse Barrabás. 12 "Então, que farei com aquele a quem
vocês chamam rei dos judeus?", perguntou-lhes Pilatos. 13
"Crucifica-o", gritaram eles. 14 "Por quê? Que crime
ele cometeu?", perguntou Pilatos. Mas eles gritavam ainda mais:
"Crucifica-o!" 15 Desejando agradar a multidão, Pilatos
soltou-lhes Barrabás, mandou açoitar Jesus e o entregou para ser
crucificado.
Introdução:
Uma
das doutrinas mais desagradáveis e mais rejeitadas pelos homens é a
doutrina da Depravação
Total, ou a
Queda Radical. Isto é, o
ensino de que o pecado afetou e afeta todo o ser humano. Não há
nenhuma parte do homem que não tenha sido contaminada e afetada pelo
pecado original. Chamamos isso de Queda Radical, pois a queda afetou
de forma radical todo o homem, do cabelo à unha do dedinho do pé.
Toda a natureza do homem foi afetada na queda.
As
pessoas odeiam tal ensino, pois ele mostra quão incapaz e quão
perverso é o ser humano. Muitos rejeitam essa doutrina, pois ela
tira o homem do centro e coloca um Deus totalmente soberano.
O
mais triste é que, até mesmo dentro das igrejas, essa doutrina da
total incapacidade do homem de salvar tem sido rejeitada e odiada.
Até mesmo dentro das igrejas muitos líderes promovem a ideia de que
o homem ainda tem algo bom dentro de si que o permite ir até Jesus.
E para o homem ir até Jesus basta que você toque no intimo do
coração dele, por isso as mensagens apelam para as emoções e as
igrejas se voltam para o homem – as músicas, os assentos, a
pregação, o apelo... - como se as coisas exteriores realizadas
pelos homens fossem capazes de atrair o pecador a Jesus!
Mas
a Bíblia nos ensina que o homem, sem a obra regeneradora do Espírito
Santo, é totalmente incapaz de aceitar a mensagem da cruz. Jesus
ensinou várias vezes que o homem está totalmente preso ao seu
pecado e não tem a habilidade e nem a capacidade de ir a Jesus sem
que o Pai arraste a pessoa antes (João 3,6,8). Jesus ensinou que
nenhum homem pode, pela própria vontade, nascer do Espírito.
Essa
história diante de nós mostra de forma muito clara como todos os
homens, de uma forma ou de outra, rejeitam e trocam o Evangelho de
Cristo por tudo o que é mal. Essa história diante de nós é uma
ilustração maravilhosa do Evangelho da Graça.
Aqui
temos a hostilidade e a rejeição da humanidade para com Jesus
representadas das mais diversas formas:
1
– BARRABÁS
= Esse homem mostra o tipo de homem que todos olham e sabem quão
perverso ele é. Barrabás é o tipo de homem que só de olhar ou
escutar sobre ele, a perversidade do pecado é claramente
demonstrada. Como um estuprador, um maníaco, um craqueiro, um
homossexual ou uma prostituta – a perversidade e ódio para com o
Evangelho da Cruz é visível.
2
- MULTIDÃO
= Escondem o ódio por Deus atrás de outras opiniões. Essas pessoas
passam a rejeitar a verdade e a santidade do Evangelho por meio de
influências políticas e religiosas.
3
– LÍDERES
RELIGIOSOS = Esses
escondem o ódio e a rejeição por Jesus atrás da religiosidade. O
mundo está cheio dessas pessoas, pessoas que se achegam e são fieis
às mais diversas religiões, mas odeiam Jesus. Elas vão para outras
religiões, pois têm uma rejeição total pelas verdades
exclusivistas de Jesus. Mas aos olhos das pessoas elas aparentam ser
piedosas e exemplares.
4
– PILATOS
= Esse é o tipo de pessoa que vê em Jesus uma certa decência, acha
que Jesus é um grande líder espiritual, confessa para as pessoas
que têm um respeito por Jesus, mas está preocupado com os seus
próprios interesses. Essa pessoa ‘gosta’ de modo superficial do
Evangelho, mas revela seu ódio por Jesus não se prostrando e não
se submetendo aos altos padrões impostos por Deus! O mundo e as
igrejas estão cheias dessas pessoas, pessoas que professam que Jesus
é um homem bom e justo, mas não estão dispostos a morrer com Ele!
Todos
eles têm o mesmo fator comum: ódio, rejeição e insubmissão para
com Jesus! Todos eles, de uma forma ou de outra, rejeitam o Evangelho
da Cruz.
Mas
essa história não mostra só a péssima notícia da total
incapacidade do homem de clamar Jesus como Rei por vontade própria,
ela mostra também que a salvação se dá por meio da misericórdia
de Deus em condenar o justo Jesus para que os injustos se tornassem
justos.
Contextualização:
Após
todas as ilegalidade e injustiças feitas no julgamento de Jesus, a
liderança de Israel tentou dar uma aparência de um julgamento
justo, por isso eles se reuniram logo cedo na sexta, assim que houve
claridade, para condenarem Jesus (15:1), pois de acordo com a lei
judaica da época “Casos
de pena de morte devem ser julgados durante o dia, o veredicto deve
ser estabelecido durante o dia.”
(Mishnah tratado do
Sinédrio 4:1).
Após
ser condenado pela liderança de Israel, Jesus foi amarrado,
levado
e entregue
a Pilatos (15:1). Pilatos é um novo personagem de muita importância
na trama toda da crucificação. O governante romano entra em cena,
pois ele tinha o poder da espada. Os judeus não tinham autoridade
legal para executar, por isso Jesus foi levado ao governante gentio.
Já
que as acusações religiosas não funcionariam perante o governador
romano, os judeus inventaram 3 acusações políticas para condenar
Jesus. Lucas 23 nos diz que eles acusaram Jesus de: perverter
a nação, proibir
o pagamento de impostos e
se autoproclamar o rei dos
judeus. É na terceira
acusação que Pilatos foca.
João
18:28-38 nos conta com mais detalhes a conversa entre Jesus e Pilatos
e como o governante romano encerra esse primeiro julgamento com a
seguinte declaração: “Não
acho nele motivo algum de acusação.”
(Jo 18:38).
Para
Pilatos, Jesus é um homem digno de dó e de cuidados especiais e não
de crucificação. Mas para os judeus, Jesus precisa ser crucificado!
Pilatos, um homem sem convicções e princípios, teme os homens e se
perde na autoridade que Deus lhe havia concedido. Nesse estudo
veremos as consequências do seu temor.
A
PINTURA DO EVANGELHO:
Antes
de entrarmos na história, é importante lembrarmos que essa é uma
das cenas mais tristes da humanidade, mas é também uma das cenas
mais lindas do que é o Evangelho de Jesus. Essa história pinta a
cena do que é a salvação do homem. Através dessa cena nós
podemos ver o que é realmente a morte vicária de Jesus. Por isso
essa história é narrada em todos os Evangelhos!
A
cruz havia sido preparada para Barrabás, a condenação estava sobre
Barrabás, mas o injusto, o condenado, o assassino, é liberado e o
justo, inocente e santo é condenado!
O
justo toma o lugar do injusto. Que terrível e maravilhosa é essa
história!
“Notemos
quão admirável símbolo do plano de salvação, apresentado no
evangelho, nos fornece a libertação de Barrabás. O culpado foi
solto, o inocente foi executado. O grande assassino foi libertado e
Aquele que não cometeu pecado permaneceu preso. Barrabás foi
poupado, Cristo foi crucificado. Nesse fato notável, encontramos um
vívido emblema da maneira como Deus perdoa e justifica o ímpio. Ele
age assim porque Cristo sofreu no lugar dos ímpios – o justo pelos
injustos.” (J.C.
Ryle, Meditações
no Evangelho de Marcos,
Fiel, pg 201)
Essa
história visualiza de forma maravilhosa as palavras do apóstolo
Pedro em I Pedro 3:18: “Pois
também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos
injustos, para conduzir-nos a Deus.”
Divisão
do Estudo:
I
– O QUINTO JULGAMENTO (LUCAS 23:7-8)
II
– A OFERTA DO EVANGELHO (MARCOS 15:6-12)
III – A RESPOSTA DO HOMEM CARNAL (MARCOS 15:13-15)
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