domingo, 21 de abril de 2013

A Ceia do Senhor

Referencia: Mt.26.26-28 / Mc. 14.22-24/ Lc.22.19-20
Título: A Ceia do Senhor
Pregado na manhã de domingo, do dia 21 de Abril de 2013,
na Igreja Reformada em Campinas Soli Deo Gloria,
por Ricardo Marcondes

Na manhã de hoje vamos meditar a respeito da ceia do Senhor ou Santa Ceia ou também como é chamada de Eucaristia, palavra que vem do grego e o seu significado é: Ações de Graças ou Solene ação de Graças pelas bênçãos da redenção.

As passagens das escrituras que fazem referencia direta ao sacramento da ceia do Senhor são as seguintes: Mt.26.26-28 : Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, deu graças, partiu-o, e o deu aos seus discípulos, dizendo: "Tomem e comam; isto é o meu corpo".
Em seguida tomou o cálice, deu graças e o ofereceu aos discípulos, dizendo: "Bebam dele todos vocês.
Isto é o meu sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos, para perdão de pecados.

Mc. 14.22-24: Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, deu graças, partiu-o, e o deu aos discípulos, dizendo: "Tomem; isto é o meu corpo". Em seguida tomou o cálice, deu graças, ofereceu-o aos discípulos, e todos beberam. E lhes disse: "Isto é o meu sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos.

Lc.22.19-20: Tomando o pão, deu graças, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: "Isto é o meu corpo dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim". Da mesma forma, depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: "Este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vocês.

1 Co. 10.15-17: Estou falando a pessoas sensatas; julguem vocês mesmos o que estou dizendo. Não é verdade que o cálice da bênção que abençoamos é uma participação no sangue de Cristo, e que o pão que partimos é uma participação no corpo de Cristo? Por haver um único pão, nós, que somos muitos, somos um só corpo, pois todos participamos de um único pão.

1 Co. 11.23-29: Pois recebi do Senhor o que também lhes entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, tendo dado graças, partiu-o e disse: "Isto é o meu corpo, que é dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim". Da mesma forma, depois da ceia ele tomou o cálice e disse: "Este cálice é a nova aliança no meu sangue; façam isto, sempre que o beberem, em memória de mim".

Porque, sempre que comerem deste pão e beberem deste cálice, vocês anunciam a morte do Senhor até que ele venha.

Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpado de pecar contra o corpo e o sangue do Senhor.

Examine-se o homem a si mesmo, e então coma do pão e beba do cálice.

Pois quem come e bebe sem discernir o corpo do Senhor, come e bebe para sua própria condenação.

A parte das questões de interpretação duvidosa, ( a qual não será discutida hoje) essas passagens ensinam claramente:

1- A ceia do Senhor é uma instituição divina de perpétua obrigação.

2- Que os elementos materiais empregados na celebração são pão e vinho.

3- As partes importantes que constituem a administração são:

I- Consagração dos elementos.

II- O partir do pão e o derramar do vinho.

III- A distribuição e a recepção por parte dos comungantes do pão e do vinho.

4- O desígnio da ordenança é:

I- Celebrar a morte de Cristo.

II- Representar, efetuar e proclamar nossa participação no corpo e sangue de Cristo.

III- Representar, efetuar e proclamar a união dos crentes com Cristo e uns com os outros.

IV- Representar e selar nossa aceitação da nova aliança como ratificada pelo sangue de Cristo.

5- Condições para proveitosa comunhão:

I- Conhecimento para discernir o corpo do Senhor.

II- Fé para nutrir-nos d’Ele.

III- Amor a Cristo e a seu povo.

1- Santa ceia: Ordenança divina de obrigação perpétua.

Isso nunca foi posto em duvida na igreja cristã, que Cristo tencionava que a ordenança continuasse a ser observada em sua igreja até a segunda vinda, fica evidente em sua ordem expressa em Lc. 22.19: Tomando o pão, deu graças, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: "Isto é o meu corpo dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim". E reiterada pelo apóstolo em 1 Co 11.24 : e, tendo dado graças, partiu-o e disse: "Isto é o meu corpo, que é dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim".

2- Os elementos a serem usados na ceia do Senhor .

O pão e o vinho são elementos empregados na celebração da Ceia do Senhor, porque são simplesmente materiais corpóreos empregados como símbolos do corpo e do sangue de Cristo.

Como a ceia do Senhor foi originalmente instituída em conexão com a pascoa, não há dúvidas de que o pão asmo foi usado nessa ocasião. É evidente, contudo, à luz da história apostólica, que os Apóstolos usaram todo e qualquer tipo de pão que estivesse em mãos. Não há relevância alguma nem no tipo nem na forma do pão usado. É suficiente que seja pão.

Por vinho como prescrito para ser usado nesta ordenança, deve - se entender “o suco da uva”; e “o suco da uva” naquele estado que estava e esta em uso comum , e no estado em que ele era conhecido como vinho . O vinho na bíblia era um produto manufaturado. Não era o suco da uva como existe no fruto, mas aquele suco submetido a um processo de fermentação que assegurava sua preservação e lhe dava as qualidades atribuídas a ele nas escrituras.

3- Os atos sacramentais.

O primeiro dos atos sacramentais, ou consagração da ceia é a oração introdutória , que tem por finalidade :

I – Render graças a Deus pelo dom de seu Filho, cuja morte estamos para comemorar.

II – Preparar o coração dos comungantes para o serviço solene do qual estão participando.

III - A consagração dos elementos . O pão e o vinho, em si mesmos, ou como encontrados no uso comum, não são símbolos do corpo e do sangue de Cristo. Só se tornam tais quando separados para esse propósito. Esta é uma importante parte do serviço; e por isso se faz proeminente nas liturgias de todas as igrejas.

(ler as ceias relatadas nos evangelhos)

Quando, pois, se diz que nosso Senhor deu graças ou abençoou o cálice e o pão, deve-se entender que ele não só agradeceu a Deus suas misericórdias, mas também invocou sua benção, ou, em outros termos, orou para que o pão e o vinho fosse, o que ele pretendeu que fossem, a saber, os símbolos de seu corpo e seu sangue, bem como o meio de nutrição espiritual para seus discípulos .

4- Partir do pão

Este é o segundo dos atos sacramentais prescritos . É importante, porque é uma parte significativa do serviço. Cristo partiu o pão e o deu a seus discípulos. O pão é o símbolo não meramente do corpo de Cristo, mas de seu corpo como foi partido por nós. O pão que partimos, diz o Apóstolo, mostrando com isso que o ato de partir era parte constituinte do serviço.

E acima de tudo, isso é expressamente ordenado. Esta registrado que Cristo abençoou , partiu e deu o pão ;e então acrescentou: “ fazei isto “ . Sendo assim o mandamento inclui abençoar, partir e dar.

5- A distribuição dos elementos .

Está registrado que Cristo , depois de haver abençoado o pão e partindo o pão , deu-o a seus discípulos , dizendo : “Tomai , comei” . E semelhantemente, depois de haver abençoado o cálice, deu-o , dizendo: “Bebei dele todos” . Tudo isso é significativo. Cristo dá; os discípulos, cada um , para si mesmo , recebe e partilha dos dons oferecidos .

6- O desígnio da ceia do Senhor

Como a morte do Filho encarnado de Deus por nós e para nossa salvação é o mais importante de todos os acontecimentos, deve ser mantido em perpétua memória. É para este fim que nosso bendito Senhor instituiu este sacramento, acompanhando a instituição com o mandamento ; “Fazei isto em memória de mim” . E o apóstolo Paulo diz a seus leitores em 1 Co 11.26 : “Todas as vezes que comerdes este pão , e beberdes este cálice , anunciais a morte do Senhor até que ele venha” .

Portanto, na ceia do Senhor o crente recebe Cristo. Recebe seu corpo e seu sangue. O Apóstolo afirma que o pão que comemos é uma participação do corpo de Cristo, e que o cálice que abençoamos é uma participação do sangue de Cristo ( 1Co 10.16 ) . Em João 6.53, nosso Senhor afirma: “Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes seu sangue, não tendes vida em vós mesmos”. Assim, tem de haver um sentido em que os crentes recebem a carne e o sangue de Cristo.

7- Requisitos para ceia do Senhor.

Tendo em vista a natureza e a finalidade deste sacramento, é evidente que ele se destina aos crentes ; e que aqueles que se aproximavam da mesa do Senhor com isso professavam ser seus discípulos. Se são sinceros nessa confissão, recebem os inestimáveis dons que ela pretendia comunicar. Se são insinceros comem e bebem juízo para si mesmos .

Para ser cristão, porém, alguém deve ter um competente conhecimento de Cristo e de seu evangelho. Deve crer no testemunho que Deus deu de seu Filho. Deve crer que Cristo morreu por nossos pecados; que seu corpo foi entregue por nós. Deve aceitar Cristo tal como Ele é oferecido como propiciação pelos pecados. Tudo isso, ou a confissão de tudo isso, está envolvido na natureza do serviço. Não obstante, a fé daqueles que querem participar de modo aceitável da ceia do Senhor é uma fé não só em Cristo, mas também no próprio sacramento. Ou seja, fé em que sua designação é divina, e em que ele é o que o novo testamento declara ser. Não devemos considera-lo mero invento humano, mera observância ou cerimonia ritual, mas um meio ordenado por Deus para simbolizar, selar e comunicar Cristo e os benefícios de sua redenção aos crentes.

Contudo, como devemos lidar com esse aspecto sobre quem deve ou não deve se assentar na mesa do Senhor?

Os lideres contudo, não estão autorizados a sentar-se em juízo sobre a sinceridade dos adoradores e a excluir a todos quantos julgassem ser insinceros. E assim, embora se requeira claramente fé, amor e o proposito de nova obediência de todos quantos vem a mesa do Senhor, tudo o que a igreja pode exigir é uma profissão crível; ou seja, uma profissão contra a qual não se pode aduzir nenhuma evidencia tangível. Mesmo que a oração, a fé, o amor e o proposito de obediência aceitáveis sejam requeridos, não podemos excluir do acesso a Deus a todos quantos julgamos não serem crentes genuínos. O apostolo Paulo nos deixa um ensinamento claro a respeito disso em 1 Co.11.28: Examine-se o homem a si mesmo...

Os homens devem ser tão instruídos que desistam de fazer profissão de uma fé que não possuem, movidos por sua própria consciência; e os que agem de maneira indigna de sua profissão cristã, que se sujeitem a disciplina da igreja. A bíblia não nos autoriza a ir além disso, e todas as tentativas de corrigir a bíblia são produto do mal. Segundo nosso diretório para o culto, o ministro deve advertir os profanos, os ignorantes e os escandalosos, bem como os que secretamente se afundam em algum pecado conhecido, a que não se aproximem da santa mesa. A essas classes se confina seu poder de exclusão.

Em contrapartida, convidara a essa santa mesa aqueles que, conscientes de seu estado perdido e impotente em pecado confiam na expiação operada por Cristo para o perdão e a aceitação de Deus; aqueles que, instruídos na doutrina do evangelho, tem competente conhecimento para discernir o corpo do Senhor, e, desejando renunciar seus pecados, estão decididos a manter uma vida santa e piedosa.

AMÉM