Série de Sermões Sobre o Livro 9 Marcas
Passagem: 1 Coríntios 15.1-4
Título: Sermão 3 - O Evangelho
Pregado na manhã de domingo, do dia 25 de novembro 2012.
na Igreja Reformada em Campinas Soli Deo Gloria,
por Ricardo Marcondes |
Versão em vídeo Link
Introdução
O que é o Evangelho?
1 Co. 15.1-4 “Irmãos, quero lembrar-lhes o evangelho que lhes preguei, o qual vocês receberam e no qual estão firmes. Por meio deste evangelho vocês são salvos, desde que se apeguem firmemente à palavra que lhes preguei; caso contrário, vocês têm crido em vão. Pois o que primeiramente lhes transmiti foi o que recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.”
O que é o Evangelho?
Em si o evangelho significa as boas novas de Deus
para nós, boas noticias que graciosamente nos comunicou, é a boa noticia de que através da vida, morte e ressurreição de Jesus o homem pode obter a salvação tão esperada, uma salvação da condenação eterna, salvação das correntes do pecado e salvação da morte. Mas se existe boa
noticia, pressupomos que algo esta mal e que existe a má noticia.
Nessa caminhada da vida cristã, observando as
pessoas ou às vezes conversando com elas, podemos perceber que as pessoas
sinceras, tem um vago senso de julgamento e juízo sobre elas mesmo não sendo
cristãs. Algumas delas acreditam que de alguma forma algum dia estarão diante
de um deus. Entretanto, é impressionante como as pessoas e até mesmo aquelas
que se dizem cristãs tem a necessidade de se auto justificar, de querer
convencer Deus de que são boas pessoas e não merecem serem castigadas, que esse
negocio de pecado é algo medieval, coisa de fanatismo religioso.
Em sua maioria dizem: “Nunca roubei, nunca matei,
trabalho, sou honesto e às vezes até ajudo pessoas carentes, não vejo o porquê
de Deus me mandar para o inferno.”
“Entretanto meus irmãos o que essas pessoas não
sabem é que, seus bons atos são uma extensão de seu egoísmo e tudo aquilo que
não é feito para a glória de Deus é abominável para Ele (cf. Lc. 16.15) “E disse Jesus: Vocês são os que se justificam a si mesmos
aos olhos dos homens, mas Deus conhece o coração de vocês." Aquilo que tem
muito valor entre os homens é detestável aos olhos de Deus.”
Mas será tudo isso verdade? Será que o homem é assim
tão bom, a ponto de Deus ter enviado seu filho para nos resgatar e ter se
equivocado? Seria todo esse evento histórico uma lenda? Apesar de o nosso tempo
começar a ser contado a partir do nascimento de Cristo. Seria isso tudo uma
farsa?
E se a história de Jesus for verdadeira, teria Deus
se equivocado em enviar seu filho no qual Ele se compraz, para que Ele fosse
brutalmente assassinado por sua própria criação? Esse foi o maior sacrilégio
que o homem cometeu, essa foi a maior prova que o homem odeia a Deus (cf.
Jo.15.22) “Se eu não tivesse vindo e lhes falado não
seriam culpados de pecado, agora contudo , eles não tem desculpa para seu
pecado. Aquele que me odeia também odeia meu Pai. Se eu não tivesse realizado
no meio deles obras que ninguém mais fez, eles não seriam culpados de pecado,
mas agora eles a viram e odiaram a mim e a meu Pai, como estava escrito:
odiaram-me sem razão.”
Entretanto muitos podem até pensar: “Se eu estivesse
lá eu o amaria e o adoraria e o reconheceria como Deus ..." MENTIRA
cale-se coração orgulhoso, com certeza você faria pior e com toda sua força
você clamaria: Barrabás e ordenaria para crucifica-lo.
Entretanto essa é a situação da humanidade, a
criatura em total rebelião com o seu Criador. O homem vive em total inconformidade com a lei de Deus.
Como começou o Pecado?
Vamos voltar um pouco para o começo da história.
Deus em sua eternidade vivia em plena comunhão com a Santa Trindade a harmonia
entre Eles era perfeita e gloriosa (cf. Jo.17.5) “Pai
glorifica-me junto a ti com a glória que eu tinha contigo antes que o mundo
existisse.” Deus em sua infinita graça resolveu criar o homem para que o
mesmo pudesse desfrutar deste infinito amor e comunhão, não que Deus estivesse
só ou porque precisasse de outras pessoas, NÃO, Deus nunca precisou do homem
por motivo algum. O homem é resultado do transbordante amor da Trindade, Adão
foi criado para a glória de Deus, para viver em perfeita comunhão com Deus, é
para isso que todo ser humano foi criado.
Deus criou Adão e Eva.
Adão e Eva eram livres para escolher entre a
obediência e a desobediência a Deus, tudo corria bem, quando o homem incitado
pela serpente tomou a decisão errada, desobedeceu às ordens de Deus (cf.
Gn.3.1-6) “Ora, a
serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus
tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de
toda a árvore do jardim? E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do
jardim comeremos, Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse
Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais.
Então a serpente disse à mulher: Certamente não
morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os
vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. E viu a mulher que
aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável
para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido,
e ele comeu com ela.” O pecado entrou no
mundo, Deus amaldiçoou Adão e Eva e toda a sua posterioridade, pelo pecado de
Adão todos nós fomos amaldiçoados, todos nascemos mortos espiritualmente, pois o
salario do pecado é a morte (Rm.6.23).
Os 5 efeitos do pecado.
O
pecado contaminou todos os aspectos da vida do homem, seu veneno afeta tudo o
que ele pensa, diz e pratica (cf. Is.1.5-6) “A cabeça toda está ferida, todo o coração está
sofrendo. Da sola do pé ao alto da cabeça não há nada são; somente machucados,
vergões e ferimentos abertos, que não foram limpos nem enfaixados nem tratados
com azeite.”
2-) Pelo
pecado somos culpados diante de Deus, perdemos a comunhão com Deus, estamos
alienados d’Ele.
3-) Estamos
mortos espiritualmente, e a morte física também segue a morte espiritual,
culminando na segunda morte com a exclusão definitiva do pecador da presença de
Deus (cf. Ap.20.11-15) “Depois vi um grande trono branco e aquele que nele
estava assentado. A terra e o céu fugiram da sua presença, e não se encontrou
lugar para eles.
Vi também os mortos, grandes e pequenos, de pé
diante do trono, e livros foram abertos. Outro livro foi aberto, o livro da
vida. Os mortos foram julgados de acordo com o que tinham feito, segundo o que
estava registrado nos livros. O mar entregou os mortos que nele havia, e a
morte e o Hades entregaram os mortos que neles havia; e cada um foi julgado de
acordo com o que tinha feito. Então a morte e o Hades foram lançados no lago de
fogo. O lago de fogo é a segunda morte. Se o nome de alguém não foi encontrado
no livro da vida, este foi lançado no lago de fogo.”
4-) O pecado escraviza o homem, não se
trata de uma simples questão de pensamento e atos pecaminosos isolados e sim de
uma força maléfica que toma conta do homem manietando-o e tornando-o cada vez
menos capaz de praticar o bem (Rm. 7.18-20) “Sei que
nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de
fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo. Pois o que faço não é o bem que
desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo. Ora, se faço o
que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim.”
5-) Pelo pecado temos uma herança
desgraçada, herdamos a tendência para o pecado, transmitimos a mesma peçonha
que herdamos, para os nossos filhos, acrescida da nossa parcela de vaidade e
materialismo, desregramento e devassidão (cf Sl. 51.5) “Sei
que sou pecador desde que nasci, sim, desde que me concebeu minha mãe.”
Devastadora é a situação do homem, sem a mínima
chance de sair dessa condição por si só, o homem está arruinado e nada que ele
possa fazer o reconciliará com Deus.
Então quais são as boas novas?
1 Co. 15.1-4 “Irmãos, quero lembrar-lhes o evangelho que lhes
preguei, o qual vocês receberam e no qual estão firmes. Por meio deste
evangelho vocês são salvos, desde que se apeguem firmemente à palavra que lhes
preguei; caso contrário, vocês têm crido em vão. Pois o que primeiramente lhes
transmiti foi o que recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as
Escrituras, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as
Escrituras.”
Isso é o evangelho, essas são as boas novas o sermão
poderia acabar aqui, o resumo de tudo está nesses versículos.
Porem vamos caminhar um pouco na vida de Cristo.
Aprouve a Deus, em Seu eterno propósito, escolher e
ordenar o Senhor Jesus, Seu Filho Unigênito, para
Ser o mediador entre Deus e o
homem, o cabeça e o salvador de Sua igreja.
Jesus sendo 100% homem e 100% Deus se despojou de
toda sua gloria que tinha com o Pai desde a eternidade, decidiu tomar a forma
humana, nascido da virgem Maria pelo poder do Espirito Santo. Filho de José (o
carpinteiro) da descendência real de Davi, Jesus teve uma verdadeira vida
humana, cresceu, se desenvolveu e teve todas as emoções que um humano tem, em
tudo foi tentado mas não pecou. Sua humanidade foi a mais elevada e a mais
santa que o mundo jamais viu e nunca irá ver.
E sendo 100% homem foi 100% Deus, a essência e a
presença de Deus e o seu próprio ser manifestavam-se através das palavras e
obras desse Homem. Suas palavras realmente mostravam que Ele tinha autoridade
de Deus.
Cristo veio ao mundo com um único objetivo, anunciar
as boas novas a um mundo que estava sobre o domínio de satanás. Anunciou o
reino de Deus, pregou aos cativos, curou enfermos e teve uma vida perfeita e
plena em obediência ao Pai, cumpriu todos requisitos exigidos pelo Pai.
Por suas palavras de autoridade e proclamação do
juízo vindouro causou a ira dos lideres daquele tempo.
Foi levado preso e sob a condenação de Pilatos foi
crucificado, mas esse era o proposito a qual viera cumprir. Crucificado Cristo
foi feito maldição, se identificou com os homens, tomou sobre si todos os
pecados dos quais Ele viera salvar, sacrifício perfeito e espontaneamente
resolveu se entregar.
Morreu e foi sepultado e ao terceiro dia
ressuscitou, sua ressurreição significa que Deus aceitou seu sacrifício, e
Cristo venceu a morte, colocando debaixo dos seus pés uma cruz despedaçada,
pisou na cabeça de seus inimigos, rasgou o véu, rompeu os grilhões da morte, a
morte não pode o conter. E depois de 40 dias ascendeu aos céus se assentando à
destra do Pai, no lugar que lhe é devido, intercedendo pelos seus santos.
E assentado a destra de Deus estabeleceu seu reino,
triunfando com gloria e majestade.
Isto é o evangelho (cf. 1 Pe. 3.18) “Pois também Cristo sofreu
pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a
Deus. Ele foi morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito.” E ele ordena a nos arrependermos de nossas rebeliões, e viver pela fé n'Ele , justificados por Ele mediante a fé.
É nisto que cremos: Um Deus Santo que se tornou em
amor,
Homem perfeito
que minha culpa levou,
Na cruz Ele
tomou meus pecados,
E por sua
morte eu vivo novamente .
O evangelho loucura para os Judeus e para os
Gentios.
Amém.